quinta-feira, 7 de maio de 2020

Ele vem

No início de sua primeira epístola, Pedro fala sobre a viva esperança de salvação do povo de Deus.
Há cerca de dois mil anos recebemos a maior promessa de Cristo à humanidade: Ele prometeu que voltaria para buscar Seu povo.
Nisto, os irmãos do período primitivo da igreja criam firmemente. E acreditavam que o retorno do Mestre aconteceria ainda em seus dias. 
Mais do que crer, eles desejavam, ANSIAVAM por esse dia. Assim, viviam em função dessa promessa.
Imagino eles acordando pela manhã e pensando "será que é hoje que Ele vem?". E à noite, refletiam ansiosos "talvez venha enquanto durmo".
Os anos foram se passando. Décadas. Séculos.
Hoje, pergunto a mim mesma e te convido a fazer o mesmo: estará ainda viva em mim essa esperança?
Sei que declaramos crermos na volta de Cristo. Talvez realmente acreditemos intelectualmente. Mas será que vivemos como se Ele fosse voltar hoje? Vou além: será que DESEJAMOS ARDENTEMENTE que Ele nos busque o quanto antes?
Às vezes, nos perdemos em intrigas e debates religiosos. Buscamos conhecimento para produção de argumentos e não para vivermos o propósito de Deus. Sentimo-nos superiores e, talvez, mais merecedores de salvação do que outrem. Perdemos o foco.
Pedro, então, nos lembra de que o alvo da nossa fé é a salvação das nossas almas. Somos peregrinos e forasteiros em terra estranha. Não somos daqui.

Mas Cristo virá nos buscar. E não vai demorar.

Louvo a Deus pela sua misericórdia, que nos alerta e nos atrai de volta para Seus caminhos. Permitindo, inclusive, que sejamos entristecidos por diversas provações, e nos leva a lembrarmos de quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

Mais do que com palavras, que nossa vida proclame: Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus!



sábado, 25 de abril de 2020

Elevo os olhos para os montes. De onde me virá o socorro?

É com essa indagação que Davi inicia o Salmo 121.

Cerca de dez anos - realmente não me lembro do tempo exato - se passaram desde minha última postagem nesse moribundo, porém não falecido, blog.
Os acontecimentos de hoje deram o impulso que faltava para eu arriscar produzir mais algumas linhas mal escritas.
Para conhecimento futuro, hoje o ministro Sérgio Moro pediu demissão e fez sérias acusações ao então presidente da República, Jair Bolsonaro. Este, sobre quem muitos depositavam suas esperanças de dias melhores, tem sua imagem desgastada e sua integridade questionada.

Descrito o contexto, voltemos ao salmo de Davi.

Embora o verso possua algumas interpretações, para esta reflexão vou partir da ideia de que os povos pagãos erigiam altares a seus falsos deuses nos altos dos montes.
Quando Davi faz essa pergunta, lembro-me de Moisés que, no momento de seu encontro com Deus na sarça ardente, questiona sobre qual deus ele deveria anunciar quando os israelitas lhe indagassem a respeito de quem o havia enviado. A dúvida partiu da forte idolatria praticada pelos egípcios, que possuíam, à semelhança da mitologia grega, diversos deuses, cada qual com sua área de atuação - tinham um deus para a colheita, outro para a fertilidade, um que era responsável exclusivamente pelo bem-estar do Faraó, etc.
Dessa forma, sempre que alguém se manifestava em nome de algum deus, era necessário especificar de qual deles se tratava. 
Quando Deus responde a Moisés, dizendo "diga que o EU SOU te enviou", ele está afirmando: "Moisés, eu não sou como os deuses do Egito. Não sou especialista limitado a apenas uma área de atuação. Não posso ser definido ou descrito por palavras humanas. EU SOU o que Sou!". 
Voltando a Davi, quando ele olha para os montes, ele contempla os altares que representavam os deuses pagãos e pergunta "de qual deles virá o meu socorro?"; Ao que ele próprio responde "o meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra!". É Ele o único Deus verdadeiro a quem devemos adoração.
Neste momento você, amigo cristão, orgulhosamente me diz "mas eu não adoro ninguém, a não ser o Deus verdadeiro!".
Sinto informá-lo que talvez isso não seja totalmente verdade.
Sejam coisas ou pessoas, tudo em que deposito confiança e de que espero socorro em uma necessidade, a isso - ou a esse - estou atribuindo divindade.
Seja um parente ou amigo influente; seja a reserva de emergência e a carteira diversificada de ações em que invisto; seja o molusco condenado, o senhor com histórico de atleta ou o juíz, ex-funcionário de um lava-jato. Se de qualquer destes brota sua esperança de tranquilidade, se sobre algum deles sua confiança é cegamente depositada, eu te aconselho a se fazer a mesma pergunta que fez o salmista.
Só há um Deus. Somente a Ele devemos prestar adoração.
O mesmo Deus que desmascarou os deuses do Egito enviando as pragas; que era antes da fundação do mundo; que era na criação de todas as coisas; continuou sendo com Moisés e com Davi; é o mesmo EU SOU ontem, hoje e eternamente!
O Deus que mede as águas do mar na concha de suas mãos e o céu a palmos; o Deus que tem nas mãos as rédeas da história; o Deus que, mesmo tão grande, contempla a você e a mim.
Mais do que isso, ele se importa conosco e nos ama, ainda que não mereçamos.
Seja qual for a situação, quaisquer que forem as circunstâncias da sua e da minha vida, a resposta de Davi continua ecoando: É do SENHOR que vem o nosso socorro!

sábado, 28 de julho de 2012

Passei só pra tirar a poeira. Sem ter nada a declarar, despeço-me.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Reflexões sobre o tempo e a saudade: óbvias e nada brilhantes conclusões

Há quanto tempo não passo por aqui? Acho que o bastante para eu perder a conta de dias/meses e esquecer a fonte que usava nos textos, o que, provavelmente, prejudicará a já nada bela aparência desse aglomerado de textos.
Todavia, parece que foram apenas alguns dias. Como o tempo passa rápido!
Ah... o tempo...
Ultimamente tenho pensado bastante sobre tudo o que vivi nesses quase 23 anos, os lugares por onde passei e, principalmente, as pessoas que conheci. Pessoas que fizeram parte da minha vida e contribuíram, de algum modo, pra que eu seja o que sou hoje. Algumas mais especiais, outras nem tanto, mas todas importantes.
Só que junto com as lembranças, vem a indesejada saudade e a vontade de reviver aqueles momentos. Daí o sentimento de impotência ao percebermos que certas coisas não podem voltar a ser como eram.
Sei que esse sentimentalismo destoa da minha tão evidente e assumida insensibilidade. Sem falar na frieza. Há quem diga que meu coração é uma pedra de gelo. Mas este é um assunto para outro post.
Voltando ao tempo e à saudade, percebo que esta só existe pelo fato de termos vivido momentos dignos de serem lembrados e, principalmente, por termos conhecido pessoas dignas de jamais serem esquecidas.
Se não quero viver em companhia da hóspede saudade, basta viver de modo a não ter do que sentir falta. 
Se vale à pena, ainda não sei. 
O que sei é aqui fecho esse parênteses sentimental. Voltemos à programação normal. (rimou)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Baile de máscaras

Estavam todos na festa. Procuravam por diversão. Todos se comportavam de maneira semelhante. Dançavam, bebiam, amavam... viviam!
Todos buscavam uma coisa: ser diferente. Todavia, havia algo que os fazia semelhantes: todos cobriam o rosto com máscaras. Elas eram, sim, diferentes. Mas todas eram máscaras.
Não obstante, tudo parecia perfeito! Parecia...

No canto do salão havia um espelho. Por alguma razão as pessoas evitavam passar por ele. Quando o faziam, logo desviavam o olhar e corriam para longe.
Alguns curiosos aventuravam-se em olhar para o objeto. Poucos deles permaneciam observando sua própria imagem ali refletida. Um número menor ainda ultrapassava uma porta estreita que estava ali, discreta, quase imperceptível, ao lado do espelho.
O que haveria de tão estranho ali? Cada um sabia exatamente a aparência da máscara sob a qual seu rosto se escondia.
Mas por que querer esconder o rosto?
Nesta pergunta está a resposta para o mistério.
Aquele não era um espelho comum. Ele não revelava a imagem que todos viam. Nele se refletia o que estava escondido pela máscara. Quem o encarava, deparava-se com a imagem da própria face nua, sem disfarces.
Novamente, havia algo em comum nas faces dos presentes: todos tinham o rosto sujo. Eis a razão para que estivessem mascarados.
Ora, mais fácil que limpar o rosto era cobri-lo. Todos faziam isso. E ao se verem contaminados com a sujeira, enojavam-se de si mesmos e voltavam para o centro do salão, onde ninguém via o que todos sabiam. 
E novamente estavam lá, à procura de diversão. Buscando por algo que os distraísse e os fizesse esquecer de sua imundice. Então continuavam a beber, dançar, amar. A isso davam o nome de "viver".

A porta? Ah sim! Depois da porta havia um recipiente com água e, ao lado, sabão. Os mais valentes ali se lavavam. Aí sim podiam descobrir o rosto e mostrar sua verdadeira face.
Quão grande era a surpresa ao notarem que seus rostos eram diferentes, quanto a forma! Assemelhando-se apenas pela pureza que todos, agora, possuíam.

"Portanto, nós todos, olhando o rosto descoberto, como em um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" II Co 3.18

"Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra" Ef 5.25, 26

"Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade" Jo 17.17


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Rascunho de uma reflexão

...entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado?”  Carlos Drummond de Andrade

Não sei há quanto tempo isso foi escrito, mas sei que foi em uma realidade bem diferente da atual. 
Em época de blogs, microblogs, redes sociais e amigos virtuais esse pensamento de Drummond nunca pareceu tão certo. Não se pode negar a existência do que conhecemos por "mundo virtual". Nele, as pessoas percebem e se fazem perceber através de palavras. Nesse mundo tão real quanto abstrato é através das palavras que existimos.
Vemo-nos, ouvimo-nos e sentimo-nos mesmo sem, de fato, vermos, ouvirmos e tocarmos.
Aqui, todos podem ser o que querem ser (mesmo sem o ser, realmente).
Sou a Ester. Você é meu leitor. Ainda somos palavras, mesmo que de modo e em contexto diferentes.
Deparamo-nos, então, com a conjunção adversativa "mas".
O fato: somos palavras, tanto na vida real, como no "mundo virtual".
Mas... "com que significado?"
Temos cada um um significado próprio? Ou temos, cada um, dois significados: um real e um virtual?
Cada um escolhe seu(s) significado(s).
Ainda que a escolha seja não ter significado.

De um modo ou de outro, cabe aqui mais uma pergunta: a opção vale mesmo a pena?



domingo, 25 de julho de 2010

Coca cola e decola, por causa do café

Como todos sabem (se não sabem, fiquem sabendo) sou uma louca apaixonada por café! Qualquer assunto relacionado a isso chama minha atenção. 
Gostaria de compartilhar com vocês, amiguinhos do coração/fígado/pâncreas, algo que é, no mínimo, interessante: as evidências mostram que o consumo mundial de drogas está indiretamente relacionado ao café.   
Duvida?
Olha só:
Segundo Fabiane Stefano, repórter da revista exame, a bolsa de commodities de Nova York, a Ice Futures US, cogita incluir o café brasileiro no contrato futuro de café arábica. A produção brasileira de café de qualidade está em expansão e o contrato com a Ice valorizaria o grão nacional.
A concorrência (Colômbia, principalmente) protesta! Colombianos alegam que, com os contratos, produtores brasileiros passarão a aumentar a produção dos grãos, o que fará com que o Brasil, naturalmente, roube participação no mercado de outros países, como México e Colômbia. Assim, os cafeicultores destes países substituiriam a produção de café, por produção coca. “Qualquer movimento que favoreça a cafeicultura brasileira é contra-atacado com ameaças de expansão da produção de drogas”, salienta Guilherme Braga, diretor do Conselho de Exportadores de Café.
Pois é, manolo... parece que o argumento vai colar e a coca decolar!



 Cafezinho brasileiro:  desde sempre fazendo a alegria da "mosada"!